Pais desconfiam do comportamento de bebê, colocam câmera e descobre que sua babá fazia s… Ver mais

Tudo parecia normal naquela manhã. O choro contido, os olhos pesados do bebê, a rotina aparentemente tranquila do lar. Mas algo não batia. E foi aí que os pais decidiram revisar as imagens das câmeras de segurança. O que descobriram transformou a suspeita em pânico — e o caso virou investigação criminal.
Na manhã desta quinta-feira, 26 de junho, a Polícia Civil do Pará efetuou a prisão preventiva de uma mulher que trabalhava como babá e técnica de enfermagem em Belém. Ela é investigada por suspeita de dopar um bebê de apenas 11 meses, sob seus cuidados. A prisão ocorreu em Outeiro, distrito de Belém, onde a suspeita estava escondida desde que o caso veio à tona.
Tudo começou com um instinto. Um olhar desconfiado, um comportamento diferente. Os pais da criança notaram que o bebê ficava sonolento demais logo após tomar a mamadeira — algo novo, fora do habitual. Aquela sonolência excessiva não era normal. Decidiram, então, revisar as gravações das câmeras de segurança instaladas no apartamento da família. E o que viram os deixou em choque.
As imagens mostravam a babá em atitudes que, à primeira vista, pareciam suspeitas. Ela aparece manuseando a mamadeira do bebê com cuidado excessivo e, em determinado momento, parece forçar um objeto na boca da criança. O vídeo, silencioso e inquietante, foi o estopim para uma investigação que revelaria algo ainda mais perturbador.
Ao confrontarem a funcionária, os pais decidiram verificar os pertences dela. Na bolsa da mulher, encontraram dois medicamentos de uso controlado, comumente receitados para adultos em tratamento psiquiátrico: quetiapina 50 mg, um antipsicótico com forte efeito sedativo, e sertralina 50 mg, um antidepressivo que pode causar intensa sonolência. Nenhum dos dois medicamentos deveria estar em posse de alguém responsável por cuidar de um bebê — muito menos ser administrado à criança.
A simples presença desses remédios, em contexto tão delicado, acendeu o alerta das autoridades. A Polícia Civil foi acionada e iniciou diligências imediatamente. Laudos médicos preliminares apontaram riscos gravíssimos à saúde da criança. O organismo de um bebê de 11 meses ainda não possui maturidade suficiente para metabolizar substâncias dessa natureza, o que pode causar consequências severas, como depressão respiratória, arritmias cardíacas, danos neurológicos permanentes — e, em casos extremos, até a morte.
Com base nas provas coletadas — incluindo as imagens de vídeo e os medicamentos encontrados — a Justiça decretou a prisão preventiva da suspeita, que fugiu logo após a denúncia. As autoridades a localizaram nesta quinta-feira em uma residência onde se escondia, e agora ela está à disposição da Justiça.
Para os pais, o alívio da prisão trouxe um pouco de paz em meio ao trauma. Em nota divulgada à imprensa, a família agradeceu o trabalho das autoridades e reforçou a importância de se confiar no próprio instinto: “Se algo parecer errado, investigue. Nós quase ignoramos nossos pressentimentos. Ainda bem que não fizemos isso.”
Este caso chocante levanta questões urgentes sobre a segurança infantil, os critérios de contratação de cuidadores e, principalmente, sobre a confiança. A decisão de instalar câmeras de segurança em casa — prática cada vez mais comum em famílias brasileiras — foi fundamental para a elucidação do caso e para a produção de provas incontestáveis.
A babá, que apresentava formação técnica em enfermagem, foi contratada com base em indicações e documentos aparentemente regulares. O episódio serve como alerta: mesmo profissionais com currículos sólidos podem representar riscos, se não forem submetidos a processos rigorosos de verificação de antecedentes.
As autoridades ainda investigam se a mulher tem histórico de condutas semelhantes em outros empregos. A hipótese de que o bebê tenha sido dopado para dormir mais rápido e facilitar o trabalho da cuidadora é uma das linhas da apuração.
Enquanto isso, o bebê, sob acompanhamento médico, passa bem e não apresenta, até o momento, sequelas visíveis. No entanto, a família segue em alerta total, e o caso segue em sigilo parcial, com mais detalhes sendo mantidos sob reserva pela polícia.
O que parecia uma manhã qualquer revelou um crime silencioso. Graças à tecnologia, à atenção dos pais e à ação rápida das autoridades, um desfecho trágico foi evitado. Mas a pergunta que permanece no ar — e que assombra qualquer responsável por uma criança — é: quantas outras histórias como essa podem estar acontecendo agora, sem câmeras para registrar?
