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Pai de Juliana se cansa e aponta o ‘maior culpado’ por sua morte em vulcão, foi o n… Ver mais

Por trás da paisagem paradisíaca da Indonésia, uma tragédia silenciosa se desenrolou. Juliana Marins, uma jovem publicitária brasileira de apenas 26 anos, embarcou em uma trilha no Monte Rinjani com o sonho de aventura e superação. O que ela encontrou, no entanto, foi a própria morte — solitária, dolorosa e, segundo a família, evitável.

Era para ser mais um passo rumo ao topo. O Monte Rinjani, cartão-postal de Lombok, guarda uma das trilhas mais desafiadoras da Indonésia, mas também uma das mais procuradas por turistas do mundo todo. Juliana, experiente em viagens e trilhas, confiou no serviço local e no guia que a acompanhava. No entanto, bastaram dez minutos de abandono para que tudo mudasse — para sempre.

O Fantástico exibiu neste domingo (29) um desabafo carregado de dor e revolta. Manoel Marins, pai da jovem, rompeu o silêncio para apontar quem, em sua visão, deveria ser responsabilizado pela morte da filha. E sua acusação vai além do óbvio.

O Guia que Fumou Enquanto a Tragédia Acontecia

A trilha seguia como planejado até que o guia local, responsável por garantir a segurança de Juliana, decidiu fazer uma pausa. Afastou-se por alguns minutos para fumar — minutos esses que seriam fatais. Sozinha em um trecho íngreme e escorregadio, Juliana caiu. Não há imagens, não há testemunhas. Apenas o silêncio da montanha e a incerteza do que se passou naquele momento exato.

O guia retornou, mas já era tarde. O acidente havia acontecido, e o tempo começava a contar de forma cruel.

Ainda assim, para Manoel Marins, o erro mais imperdoável não foi do guia. “Mas o primeiro culpado, que eu considero o culpado maior, é o coordenador do Parque. Ele demorou a acionar a Defesa Civil”, afirmou com firmeza.

A Espera que Custou uma Vida

Segundo Manoel, Juliana poderia ter sido salva. A cronologia dos fatos revela falhas gritantes no sistema de resgate local. O acidente teria ocorrido no início da manhã. No entanto, as equipes do parque só começaram a subida por volta das 8h30 — e só chegaram até Juliana quase seis horas depois, às 14h.

O que mais revolta a família, porém, é que a Defesa Civil foi acionada apenas no fim da tarde, chegando ao local às 19h. A jovem, ferida e sem assistência adequada, ficou horas à espera de socorro — tempo suficiente para que sua condição piorasse irreversivelmente.

Improviso Mortal: O Resgate Sem Estrutura

As primeiras tentativas de resgate, de acordo com os relatos, foram feitas de forma totalmente improvisada. Cordas frágeis, ausência de equipamentos profissionais, e nenhuma ambulância preparada para o tipo de ferimento que Juliana possivelmente sofreu. Era como se a montanha não tivesse protocolo algum para acidentes — mesmo sendo um dos pontos turísticos mais visitados da região.

Para os pais, não se trata de fatalidade, mas de uma cadeia de negligências. Cada minuto perdido, cada decisão adiada, cada procedimento inexistente — tudo isso, segundo eles, contribuiu para a tragédia.

Turismo em Xeque: Quantas Julianas Ainda Virão?

A morte de Juliana levanta um alerta maior. Até que ponto os destinos turísticos que oferecem aventuras em meio à natureza estão, de fato, preparados para lidar com emergências? Quantos visitantes sobem montanhas como Rinjani todos os anos, sem saber que, se algo der errado, estarão sozinhos?

O caso gerou comoção nas redes sociais e levantou um debate urgente sobre responsabilidade, preparo técnico e fiscalização internacional em trilhas guiadas. A família de Juliana exige respostas — mas, sobretudo, mudanças. “Não quero que outra família passe pelo que estamos passando. Minha filha poderia estar viva”, disse Manoel, emocionado.

Silêncio Oficial e Investigação em Curso

Até o momento, autoridades locais se pronunciaram de forma vaga. O Parque Nacional do Monte Rinjani informou que está apurando os acontecimentos, mas não apresentou explicações concretas sobre os atrasos e falhas no socorro. O guia que acompanhava Juliana segue atuando, e o coordenador do parque ainda não foi afastado.

Enquanto isso, a memória de Juliana ecoa entre amigos, familiares e desconhecidos com uma pergunta dolorosa: se o socorro tivesse chegado a tempo, ela ainda estaria viva?

O tempo, que não parou naquele dia fatídico, agora se tornou o maior acusador.

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