Após a recusa do governo, querido jogador decide trazer o corpo de Juliana, el… Ver mais

Por trás das paisagens paradisíacas da Indonésia, uma tragédia comoveu o Brasil. E, entre a dor e a burocracia, um gesto inesperado reacendeu a esperança em tempos difíceis.
Na última quarta-feira, 25 de junho, uma notícia atravessou o mundo e parou os brasileiros: Juliana Marins, uma jovem turista de 26 anos, morreu após despencar por uma encosta do Monte Rinjani, um dos mais imponentes vulcões da Indonésia. Mas o drama da família não terminaria ali. Com o corpo ainda em território estrangeiro, o governo brasileiro anunciou oficialmente que não arcaria com os custos da repatriação. E o que parecia impensável aconteceu — a solidariedade veio de onde ninguém esperava.
A tragédia começou dias antes, durante uma trilha que prometia ser inesquecível. Juliana havia chegado ao topo do Rinjani com outra turista que conhecera na jornada. Em um dos últimos registros em vídeo, as duas celebravam, sorridentes, a conquista: “valeu a pena”, dizia Juliana, com a respiração ofegante e os olhos brilhando diante da paisagem celestial. Seria a última vez que veríamos aquele sorriso.
Pouco tempo depois, a fatalidade. Juliana escorregou. As informações ainda são fragmentadas, mas a estimativa é que tenha caído de uma altura inicial de 300 metros. Durante os quatro dias em que esteve desaparecida, seu corpo foi sendo arrastado encosta abaixo, até ser localizado, finalmente, a 650 metros do ponto da queda. A operação de resgate, descrita como uma das mais difíceis já realizadas no local, durou mais de 14 horas e exigiu esforço coordenado de equipes especializadas do Parque Nacional do Monte Rinjani.
Mas se a complexidade da busca já havia desafiado os limites humanos, a dor da família ainda enfrentaria outra barreira — a legalidade fria e imutável da burocracia.
Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) declarou que, por força de lei, não poderia utilizar recursos públicos para transportar corpos de brasileiros mortos no exterior. Amparado por um decreto, o governo alegou que a atuação consular se limita a apoio logístico, orientação e trâmites administrativos. Sem verba, sem exceção.
Com a negativa estatal, os familiares de Juliana se viram diante de um dilema cruel: como arcar com os custos altíssimos da repatriação, estimados em dezenas de milhares de reais, em meio ao luto devastador?
Foi então que um gesto de empatia cortou o silêncio da dor.
Fontes próximas ao jogador Alexandre Pato confirmaram que o atleta se ofereceu espontaneamente para custear o traslado do corpo de Juliana de volta ao Brasil. Sem anúncio oficial, sem holofotes, apenas por solidariedade. “Ele se colocou à disposição da família”, revelou uma fonte. A notícia logo tomou conta das redes sociais, onde o gesto de Pato foi amplamente elogiado — não apenas pelo valor financeiro, mas pela humanidade num momento em que muitos esperavam por ação do Estado.
As investigações sobre as circunstâncias do acidente continuam. O Parque Nacional do Monte Rinjani afirmou em nota que todas as medidas de segurança são aplicadas regularmente nas trilhas e que o resgate foi realizado com o máximo de cuidado. No entanto, especialistas questionam se houve falhas na sinalização da trilha ou demora no início das buscas.
Enquanto isso, no Brasil, o nome de Juliana virou sinônimo de coragem, aventura e destino interrompido. Sua última jornada, antes repleta de entusiasmo e descoberta, agora ecoa como alerta — e como símbolo da luta de tantas famílias que enfrentam a dor da perda em terras estrangeiras.
O gesto de Alexandre Pato, embora não apague a tragédia, devolve à narrativa um elemento essencial e, infelizmente, cada vez mais raro: humanidade.
A família de Juliana, que ainda aguarda os trâmites finais para o traslado, agradeceu discretamente o apoio. Sem palavras em excesso, apenas o essencial: “Gratidão”.
E assim, entre montanhas sagradas e leis imutáveis, entre quedas fatais e atos de compaixão, fica a história de uma jovem que partiu cedo demais — e de um país que ainda precisa aprender a cuidar dos seus, mesmo quando estão longe de casa.
