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DEU RUIM: Repórter da Band agride jornalista da Record ao vivo, ele acabou s… Ver mais

Interior de São Paulo — O que era para ser apenas mais uma cobertura jornalística de rotina sobre o desaparecimento de duas adolescentes acabou se transformando em uma cena de tensão e conflito ao vivo. O episódio, ocorrido na tarde desta terça-feira (1º), escancarou ao público um embate entre dois profissionais da imprensa: Grace Abdou, da TV Record, e Lucas Martins, da Band. O confronto, gravado em vídeo e amplamente compartilhado nas redes sociais, gerou indignação, nota oficial da emissora e até registro policial.

Mas o que exatamente aconteceu naquela tarde que fugiu do script do jornalismo e escorregou para o campo da agressão?

O momento que ninguém esperava

Em meio à cobertura de um caso sensível — o desaparecimento de duas adolescentes de 13 e 16 anos —, as equipes da Band e da Record se encontravam no mesmo local, apurando informações que ainda estavam sendo confirmadas pelas autoridades. Em um instante de aparente rotina, com câmeras ligadas e microfones captando cada detalhe, o inesperado aconteceu.

No vídeo que viralizou, é possível ver Lucas Martins interrompendo bruscamente a entrada ao vivo de Grace Abdou. Com um movimento brusco, ele a empurra com o braço e dispara:
“Dá licença, Grace. Tá louca?”

A repórter da Record, visivelmente abalada, reage:
“Você tá ao vivo, Lucas? Por que você me empurrou?”
A resposta, ainda diante das câmeras, veio carregada de tensão:
“Porque você está entrando propositalmente na minha frente. E não é a primeira vez que isso acontece.”

Repercussão imediata e revolta nos bastidores

A reação foi quase instantânea. Dentro de minutos, a internet já fervilhava com opiniões, críticas e apoio à jornalista. No estúdio do Cidade Alerta, o apresentador Reinaldo Gottino não conteve a indignação. Em um discurso inflamado e sem rodeios, ele classificou a atitude de Lucas Martins como “covarde” e exigiu respeito.

“O cara jogou a repórter longe. Nossa repórter está indo à delegacia depois dessa agressão covarde que aconteceu agora há pouco. Isso não é só desrespeito — é violência. Vem me empurrar aqui, ô covarde”, disparou Gottino, visivelmente exaltado.

Delegacia, boletim de ocorrência e nota oficial

Logo após o episódio, Grace Abdou se dirigiu à delegacia para registrar um boletim de ocorrência contra o colega da Band. A denúncia formalizou o que as imagens já haviam escancarado: uma agressão em pleno exercício da profissão, diante de câmeras e testemunhas.

A Record, emissora para a qual Grace trabalha, divulgou uma nota oficial poucas horas depois. Em tom firme, a empresa repudiou o ato:

“A RECORD condena veementemente a agressão praticada pelo repórter da Band, Lucas Martins, ocorrida na tarde desta terça-feira, 1º de julho, contra nossa repórter Grace Abdou. O boletim de ocorrência foi registrado e medidas judiciais cabíveis serão tomadas.”

A Band, até o momento da publicação desta reportagem, não havia se manifestado oficialmente sobre o comportamento de seu colaborador.

O pano de fundo: um caso delicado de desaparecimento

No centro da tempestade, um caso real e angustiante: o sumiço de duas adolescentes no interior paulista. As jovens, de 13 e 16 anos, desapareceram no sábado (28/6), sendo vistas pela última vez em um ponto de ônibus próximo ao Sesi da região. Desde então, a angústia tomou conta das famílias, que iniciaram buscas por conta própria enquanto aguardavam notícias.

Felizmente, as duas meninas foram encontradas na tarde de terça-feira, poucas horas antes do incidente entre os jornalistas. Os detalhes do paradeiro e das circunstâncias do desaparecimento ainda estão sendo apurados pelas autoridades, mas a comoção em torno do caso permanece forte.

Reflexões sobre ética, limites e o papel da imprensa

A cena de tensão exposta ao vivo não apenas gerou indignação, mas também levantou debates importantes: quais são os limites do exercício do jornalismo em campo? Até que ponto a busca pela melhor imagem ou informação pode justificar atitudes desrespeitosas — ou até violentas — entre colegas de profissão?

O episódio expõe uma ferida delicada: a rivalidade entre emissoras, que em alguns momentos ultrapassa a linha da competição saudável e descamba para o confronto direto. Mais que um desentendimento pontual, o ocorrido acende um alerta sobre ética, profissionalismo e respeito no jornalismo, especialmente quando as vítimas de uma cobertura são, como nesse caso, jovens desaparecidas.

A história ainda está longe de terminar. Mas uma coisa é certa: a imprensa, que deve estar sempre do lado da verdade e da justiça, precisa também olhar para dentro de si — e se perguntar que valores está realmente defendendo.

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