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No coração do sertão paraibano, o amanhecer de domingo (29) rompeu o silêncio de Itaporanga com uma tragédia que desafia a compreensão. Um crime hediondo, cometido dentro de casa, em plena luz do dia, deixou a comunidade do Conjunto Habitacional Chagas Soares mergulhada em incredulidade, revolta — e medo.

A cena parecia saída de um pesadelo, mas era real. Elson Félix, homem com histórico de violência doméstica, assassinou brutalmente sua companheira e, em um ato que desafia qualquer traço de humanidade, atirou contra a própria filha — uma criança de apenas dois anos. A mulher, cujo nome ainda não foi oficialmente divulgado, morreu na hora. A pequena, mesmo atingida, sobreviveu e foi levada às pressas para um hospital da região, onde permanece sob cuidados intensivos.

O que torna o crime ainda mais revoltante é o fato de que Elson havia sido libertado da Cadeia Pública de Itaporanga apenas dois dias antes, na sexta-feira (27). Sua prisão anterior? Descumprimento de medidas protetivas expedidas para proteger a mesma mulher que agora, infelizmente, não pôde mais contar com a justiça.

O caso reacende, com fúria, um debate urgente e incômodo: estamos realmente protegendo as vítimas de violência doméstica?

Do cárcere à tragédia: um ciclo anunciado

Segundo informações da Polícia Militar, Elson já era conhecido pelas autoridades locais. Seu nome constava em registros anteriores por agressões e ameaças contra a companheira. Ele foi preso, mas passou pouco tempo atrás das grades. A soltura, que em tese deveria vir acompanhada de medidas de monitoramento e acompanhamento, revelou-se uma roleta russa com o destino.

“Foi um crime premeditado, com frieza. Ele sabia o que fazia”, afirmou um policial que participou da ocorrência, sob condição de anonimato. “O que mais nos abala é que tudo isso poderia ter sido evitado”, completou.

Moradores da comunidade relataram que o casal vivia uma relação marcada por conflitos constantes. Gritos, discussões e pedidos de ajuda faziam parte da rotina. Para muitos, a tragédia era uma bomba-relógio — e ela explodiu da pior forma possível.

Uma cidade mobilizada pela dor e pela caçada

Logo após cometer o crime, Elson fugiu. A informação de que ele escapou a pé, com a roupa ensanguentada, correu como fogo pelos becos e ruas estreitas da cidade. A polícia agiu rapidamente, isolando a área e iniciando uma busca intensa. Equipes táticas foram acionadas, drones foram lançados ao céu e cães farejadores passaram a vasculhar a zona rural onde ele teria sido visto pela última vez.

A caçada virou manchete. Helicópteros da segurança pública sobrevoaram áreas de mata fechada e estradas vicinais. A população, assustada, trancou portas e janelas. Elson, agora foragido, tornou-se símbolo de um sistema que falhou.

“Não era para ela estar morta”

Na calçada da casa onde o crime ocorreu, velas foram acesas. Uma vizinha, ainda em choque, repetia como um mantra: “Não era para ela estar morta. A justiça sabia. Ela implorou ajuda.” O choro misturado com indignação expressava o sentimento coletivo: o Estado, mais uma vez, chegou tarde demais.

O drama da pequena sobrevivente — uma menina que pode crescer com as cicatrizes físicas e emocionais desse horror — adiciona um elemento ainda mais cruel à história. Seu futuro, agora incerto, depende da solidariedade da comunidade e da rede de apoio psicossocial local, que já se mobiliza.

Uma falha estrutural em foco

Especialistas em direito penal e violência contra a mulher apontam que o caso de Itaporanga não é isolado. Pelo contrário: é sintoma de um sistema que promete proteção, mas frequentemente entrega desamparo. As medidas protetivas, previstas na Lei Maria da Penha, têm se mostrado frágeis diante de agressores reincidentes.

“O Estado precisa rever com urgência o protocolo de soltura em casos de violência doméstica reincidente. Se não conseguimos garantir o básico — a vida das vítimas —, estamos falhando miseravelmente”, afirma a advogada criminalista Fabiana Nogueira.

Conclusão: um alerta que não pode ser ignorado

O assassinato em Itaporanga não é apenas um crime bárbaro. É um alerta em alto volume. É um chamado à responsabilidade. É a lembrança dolorosa de que, por trás das estatísticas, há rostos, histórias e vidas interrompidas.

A busca por Elson Félix continua, mas a ferida aberta na cidade levará muito mais tempo para cicatrizar.

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