Mundo

Irmã da Brasileira que morreu em vulcão, se cansa e decide falar toda a verdade, ela foi… Ver mais

Por trás de uma imagem sorridente nas redes sociais e uma carreira brilhante na publicidade, Juliana Marins escondia um espírito aventureiro que a levava cada vez mais longe. Literalmente. Aos 34 anos, ela decidiu realizar um antigo sonho: explorar a trilha desafiadora do Monte Rinjani, um dos vulcões mais impressionantes da Indonésia. O que ninguém esperava é que aquela viagem se transformaria em um enredo dramático, comovente — e sem final feliz.

Foi durante uma caminhada solitária no Parque Nacional do Monte Rinjani que Juliana desapareceu. Nos dias seguintes, uma mobilização crescente se formou em torno do seu nome: amigos, familiares e até desconhecidos acompanharam cada passo das buscas com o coração apertado. A esperança, embora frágil, persistia.

Mas a confirmação veio como um golpe seco. O corpo de Juliana foi encontrado dias depois, encerrando a busca, mas abrindo um buraco irreparável no coração de quem a conhecia.

Um laço de irmandade que moveu montanhas — literalmente

Mariana Marins, irmã de Juliana, foi quem assumiu a linha de frente da comunicação durante os dias de angústia. Em meio ao desespero, ela criou um perfil nas redes sociais para divulgar informações sobre as buscas. Mas foi ali, também, que ela escreveu uma das despedidas mais emocionantes que a internet já viu.

“Você sempre dizia que moveria montanhas por mim, e eu por você. Eu tentei. Fiz tudo o que pude daqui. Mas, infelizmente, não consegui te alcançar”, escreveu Mariana, em um desabafo que cortou a alma de milhares de internautas.

A carta não era apenas um adeus. Era um retrato íntimo da relação entre duas irmãs que se amavam intensamente. Mariana relembrou o bom humor inconfundível de Juliana, sua mania de acreditar que tudo daria certo — e como, surpreendentemente, isso quase sempre acontecia.

Avoada, sonhadora, insubstituível

Em tom nostálgico, Mariana resgatou memórias simples, mas poderosas. Como os natais em que Juliana usava um gorro apenas para agradá-la. Como a cumplicidade de uma vida inteira que, agora, ficará suspensa no tempo.

“Você sempre foi a maior parceira do mundo, mesmo sendo avoadinha de tudo”, disse ela, provocando lágrimas em quem acompanhava o drama de longe. “Você partiu em busca de um sonho. E agora, me resta o silêncio dessa ausência.”

O trecho virou um símbolo do luto vivido por muitos: não apenas pela perda de uma jovem brasileira em terras distantes, mas pela brutalidade com que a vida interrompe sonhos que pareciam apenas começar.

O adeus de um pai, em versos e dor

O pai de Juliana, Manoel Marins, também prestou sua homenagem de maneira poética. Sem muitas palavras, ele compartilhou nas redes sociais uma imagem da filha junto à letra da canção “Pedaço de Mim”, de Chico Buarque — um lamento em forma de arte.

“…me falta um pedaço, me falta você”, escreveu Manoel, traduzindo em versos o que nenhum discurso seria capaz de explicar. A dor de perder uma filha. A impossibilidade de aceitar o inaceitável.

Juliana e o vulcão: quando o sonho vira tragédia

O Monte Rinjani é conhecido por suas trilhas exuberantes e também por seus riscos. Com mais de 3.700 metros de altitude, exige preparo físico, atenção e, acima de tudo, respeito à natureza. Não é raro que trilheiros enfrentem intempéries, quedas bruscas de temperatura e trechos perigosos.

Ainda não se sabe exatamente o que causou o acidente com Juliana. Mas a tragédia levanta questões sobre segurança, orientação turística e os desafios enfrentados por viajantes brasileiros que se aventuram sozinhos em países distantes.

O consulado brasileiro na Indonésia prestou apoio à família, e as autoridades locais seguem apurando o ocorrido. Enquanto isso, restam as lembranças — e o mistério que nunca será totalmente resolvido: o que se passou nos últimos momentos daquela trilha?

Uma vida celebrada, um luto compartilhado

A história de Juliana Marins transcendeu fronteiras. De publicitária anônima a símbolo de força, coragem e fragilidade humana, ela mobilizou o Brasil e emocionou o mundo. A cada nova homenagem, cresce a certeza de que ela deixou marcas profundas — mesmo em quem nunca a conheceu pessoalmente.

Hoje, a memória de Juliana ecoa como um sussurro no cume do Rinjani. Um chamado à vida, aos sonhos e à importância de cada instante.

A dor, inevitavelmente, ficará. Mas o amor — este não será enterrado com ela.

Mostrar mais