Política

Trump não esta para brincadeiras: Olha só o que ele disse sobre Lula q… Ver mais

Enquanto o ex-presidente brasileiro responde por tentativa de golpe, Donald Trump promete vigiar o Brasil ‘de perto’. Lula retruca com firmeza e reforça soberania nacional. O embate reacende tensões diplomáticas e lança sombras sobre as democracias do hemisfério.


Brasília e Washington estão, mais uma vez, ligados por uma tensão política que ultrapassa fronteiras e provoca reações no mais alto escalão. O estopim? Uma postagem de Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, que veio a público nesta segunda-feira (7) para declarar apoio a Jair Bolsonaro — ex-mandatário brasileiro atualmente inelegível e réu por tentativa de golpe de Estado.

Com uma mensagem repleta de acusações e alertas, publicada na rede Truth Social, Trump lançou um alerta para o mundo: “Vou acompanhar muito de perto essa CAÇA ÀS BRUXAS contra Jair Bolsonaro, sua família e milhares de seus apoiadores”. Um gesto que incendiou Brasília e provocou resposta imediata do governo Lula.

Silêncio retumbante? Não desta vez. O Palácio do Planalto não deixou a declaração passar batida. Em nota assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo brasileiro rebateu com contundência, sem citar diretamente o nome de Trump: “A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja.”

A fala ecoou nos corredores do poder como um alerta. Não se tratava apenas de um embate de palavras, mas de uma disputa por narrativas — e, talvez, por influência internacional sobre o futuro da democracia brasileira.


O apoio inesperado — ou calculado

Donald Trump não mencionou diretamente os processos que tramitam contra Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), tampouco as acusações específicas de tentativa de golpe. Ainda assim, posicionou-se claramente como defensor do ex-presidente brasileiro, alegando que este é vítima de perseguição política — algo que ele próprio afirma enfrentar nos Estados Unidos.

A resposta de Bolsonaro não demorou. Em tom amistoso e alinhado, o ex-presidente brasileiro agradeceu o “amigo e ilustre presidente”, mencionando que ambos enfrentaram “perseguições implacáveis” por desafiar o sistema. A conexão entre os dois líderes, já conhecida desde os tempos de mandato, ganha agora um novo contorno: a de aliados em trincheiras judiciais e ideológicas.


Eduardo Bolsonaro e a articulação internacional

Nos bastidores, a movimentação vai além das redes sociais. Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, tem atuado intensamente nos Estados Unidos desde que se licenciou do mandato de deputado federal, em março. Entre entrevistas, reuniões com congressistas americanos e postagens em tom crítico, Eduardo passou a ser investigado no Brasil por supostamente tentar influenciar autoridades estrangeiras contra membros do STF.

Uma dessas reuniões foi com o deputado republicano Cory Mills, da Flórida, que chegou a sugerir sanções contra o ministro Alexandre de Moraes. O caso se tornou uma preocupação diplomática, especialmente após Mills afirmar em audiência no Capitólio que o Brasil vive um “declínio alarmante dos direitos humanos”.


Julgamentos, depoimentos e a sombra do 8 de janeiro

A realidade jurídica de Bolsonaro, no entanto, é contundente. Ele foi tornado inelegível por oito anos após dois julgamentos do Tribunal Superior Eleitoral, que o considerou culpado por abuso de poder e uso indevido de meios de comunicação, especialmente por uma reunião com embaixadores em que lançou dúvidas — sem provas — sobre as urnas eletrônicas.

Mas o capítulo mais sombrio dessa história é a acusação de tentativa de golpe de Estado, ligada à articulação de bastidores que culminou nos atos violentos de 8 de janeiro de 2023, quando milhares de apoiadores de Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Em março, o STF transformou Bolsonaro e mais sete aliados em réus. No fim de junho, o processo entrou em fase final: o relator Alexandre de Moraes encerrou a instrução processual e abriu espaço para as alegações finais. O desfecho se aproxima — e pode ser explosivo.


Trump, Netanyahu e o padrão de confrontos com a Justiça

O apoio de Trump a Bolsonaro não é um caso isolado. No final de junho, o ex-presidente americano também se manifestou contra o julgamento por corrupção do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. Usando o mesmo termo — “caça às bruxas” —, Trump acusou os promotores de perseguição política.

A repercussão foi imediata e intensa em Israel: protestos, críticas da oposição, e até o adiamento de depoimentos por parte da Justiça israelense. O paralelo entre os três líderes — Trump, Bolsonaro e Netanyahu — parece mais que coincidência. Trata-se de uma estratégia comum: deslegitimar instituições e criar uma narrativa de vitimização política.


A democracia em xeque: o que está em jogo?

O gesto de Trump não é apenas um aceno simbólico — é um movimento com impacto geopolítico. Ao envolver-se diretamente na política brasileira, ele reabre uma ferida que ainda sangra desde os ataques de 8 de janeiro. Ao mesmo tempo, desafia a soberania brasileira e testa os limites da diplomacia entre países amigos.

Enquanto isso, no Brasil, o governo Lula reforça o discurso institucional. “Ninguém está acima da lei”, diz a nota oficial. Mas a tensão cresce. Os próximos meses prometem ser de julgamento — dentro e fora dos tribunais.

O Brasil se encontra diante de uma encruzilhada política e judicial. E, agora, com olhares internacionais sobre cada passo, o cenário ganha novos ingredientes: suspense, polarização e o espectro cada vez mais nítido da interferência externa.

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